Venture Capital: até agora 2,3 bilhões de dólares foram investidos em startups brasileiras

Foto: Unsplash

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O mercado de venture capital no Brasil está em constante evolução.

Apenas nos primeiros quatro meses de 2021, o valor de aportes recebidos por startups brasileiras corresponde a aproximadamente 70% do total investido em 2020.

Os dados do relatório Inside Venture Capital, mapeados pelo Distrito, hub de inovação aberta, mostram que até agora foram investidos 2,3 bilhões de dólares nessas empresas, um crescimento de 187% em comparação com o mesmo período do ano passado. 

Além disso, o Brasil lidera entre os países da América Latina em investimento de venture capital.

NESTE ARTIGO:

  • Por dentro do Venture Capital

  • Venture Capital vs. Private Equity

  • As vantagens do Venture Capital

  • Como levantar investimentos de venture capital

“Esse grande potencial brasileiro tem atraído cada vez mais investidores estrangeiros, que estão em busca de empresas inovadoras e com crescimento acelerado em um curto espaço de tempo”, diz Vitor Magnani, presidente da Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O) e do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP.

De acordo com ele, a perspectiva é que o fundo de investimento cresça ainda mais e se consolide como uma grande oportunidade para empreendedores brasileiros que queiram alavancar seus negócios.

“Além disso, as empresas inovadoras e com visão de longo prazo serão mais atrativas para os investidores que buscam companhias que, mesmo com a crise do coronavírus, permaneceram em um crescimento exponencial”, explica.

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Por dentro do venture capital

Venture capital, ou capital de risco, é uma modalidade de investimento focada em empresas de até médio porte que possuem alto potencial de crescimento, mas ainda são novas e têm faturamento baixo.

O objetivo, além de injetar capital na empresa para ajudar no crescimento, é auxiliar no andamento e na gestão do negócio.

Isso contribui com a criação de valor para a futura venda de participação acionária, como explica Vitor.

“A ideia é, além do apoio financeiro, ter uma aproximação com os sócios do negócio, podendo contar, até, com a participação de investidores em cargos estratégicos na empresa”, explica.

Isso quer dizer, que ao optar por esse tipo de investimento, os sócios devem estar dispostos a receber orientação e precisam, assim, saber lidar com outros sócios apontados pelo fundo de investimento.

“Com a possibilidade de crescimento rápido e grande rentabilidade, esse modelo é ideal para o empreendedor que deseja obter lucros em pouco tempo”, diz Vitor.

Foto: Freepik

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Venture Capital vs. Private Equity

A escolha por um tipo de investimento está totalmente ligada à fase do negócio.

Enquanto o Venture Capital é uma modalidade focada em empresas emergentes, com faturamento mais baixo, mas potencial de crescimento, o Private Equity é um tipo de aporte voltado para empresas mais consolidadas, que já tem um fluxo estável e uma margem lucrativa, além de uma estrutura que permita atender uma grande parte de sua dívida.

Geralmente, são usados para acelerar o crescimento das startups investidas que estão em um estágio de maturação mais avançado do que investimentos de VC.

Um dos principais objetivos desse investimento é ajudar no desenvolvimento e consolidação da empresa para que ela possa ingressar no mercado de capital.

Segundo Vitor, outro ponto importante é que as empresas de private equity atuam em diversos setores, enquanto as de VC tem participação em mercados mais inovadores e com alto potencial de crescimento.

As vantagens do venture capital

Além de ser uma maneira de fomentar o crescimento do negócio, o VC proporciona várias vantagens, como ressalta Vitor. Veja a seguir as principais:

Suporte na gestão

A possibilidade da proximidade do investidor com a empresa é um dos pontos altos. Nesse formato, é possível contar com o auxílio, orientação e gestão do investidor em busca dos melhores resultados para o negócio.

Com isso, é bem comum ver parcerias que duram anos pelo apego que os investidores criam com as empresas.

Apoio de um Conselho

É normal que os investidores exijam a criação de um conselho. Isso apoia a empresa nas decisões fiscais e administrativas, além de facilitar processos burocráticos.

Evolução rápida

Com o apoio recebido por meio do VCl, é comum que o negócio tenha mais chances de se inserir no mercado de forma sólida.

Os investimentos via VC conseguem atingir um crescimento rápido e exponencial.

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Como levantar investimentos de venture capital

O primeiro ponto é não pensar apenas no dinheiro, como explica Marcel Malczewski, CEO do M3 Investimentos Ltda., que investe em empresas de médio porte com alto potencial de crescimento, no livro “O mundo (quase) secreto das startups”.

“O empreendedor deve buscar um investidor que proporcione valor ao negócio, que possa ajudar a empresa a avançar – seja na área financeira, organizacional ou de tecnologia, seja abrindo portas com clientes ou outros investidores”, afirma.

Valuation - termo em inglês que significa “Avaliação de empresas”, “Valoração de empresas” ou “Arbitragem de valor”, procura relacionar o valor do ativo ao nível, à incerteza e a expectativa de aumento nos fluxos de caixa futuros que o investimento irá proporcionar.

Porém práticas mais atualizadas e utilizadas pelo  americano Dave Berkus, vão além do convencional e concentram-se em aspectos mais qualitativos do que quantitativos. A exemplo: proposta única de valor, capacidade do empreendedor e do time, tamanho do mercado a ser atingido, inovação e criatividade, e custo de aquisição de clientes. 

“É essencial que o empreendedor avalie o negócio, observe se ele tem potencial e se atua em um mercado promissor para daqui dez anos, ou seja, valer cerca de cinco a oito vezes mais que no atual momento”, explica Vitor.

Segundo ele, com essas características a empresa tem o perfil para receber o investimento. 

Caso contrário, se não há potencial para crescer rapidamente, não é uma boa alternativa buscar investimentos de VC

Na captação de VC, as empresas já possuem um modelo de negócio validado e receita recorrente, porém, precisam depositar recursos em sua expansão.

Aqui os negócios já estão em fase de consolidação

Com isso, os fundos investem até R$30 milhões e exigem uma estratégia de crescimento, pois só assim, eles decidem se vão ou não investir no negócio.

Mas para que o investimento, de fato, surta os efeitos desejados, é crucial ter um bom entendimento sobre gestão financeira.

Deixá-la em segundo plano ou possuir pouco conhecimento na área, pode colocar o negócio em risco.

Isso porque, a falta de informação sobre o universo das finanças pode ser um critério que definirá o futuro dos negócios, pois sem conhecer a dinâmica dos números, ou seja, sem medir rentabilidade, nem metas de curto prazo, a chance de tomar decisões ruins é maior. 

Uma das perguntas que o investidor faz para decidir investir na empresa é em que o dinheiro será usado. E o empreendedor precisa saber detalhar isso, mostrando o porquê do direcionamento.

Esse conhecimento evita, também, vender uma participação muito grande da empresa na primeira oportunidade.

Por exemplo, pode acontecer de o empreendedor entregar 30% do negócio a alguém pouco estratégico, o que vai deixar os próximos investidores menos motivados.

Por isso, é essencial saber fazer os cálculos certos, com metas de curto, médio e longo prazos para distribuir os investimentos da maneira correta.


Apesar da crise econômica abarcada pelo cenário pandêmico, a prática de venture capital no Brasil cresceu consideravelmente. 

Como abordamos, motivos esses muito impulsionados pela emergência do mercado e a capacidade de inovação, o que torna o nosso país um celeiro de grandes oportunidades para investidores.

Se a sua empresa considerar preparar-se para captação de investidores, é importante considerar temas qualitativos ligados ao negócio, como saudabilidade organizacional, cultura e atração de talentos estratégicos para apoiar a organização.

A Woke é especialista em recrutamento de cargos estratégicos, conte com o nosso time para te ajudar.


Sobre o autor:

A Woke é uma empresa de executive search e desenvolvimento de carreira,  acreditamos que pensar em carreira não tem hora.

Nascemos em 2016 pelo inconformismo no modo de operar as relações de trabalho. O mundo está em constante evolução, a tecnologia impulsionou mudanças em diversos setores do mercado, e pensar as relações de trabalho não poderia ser diferente.

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