Transição de carreira ganha forma na pandemia

Foto: Pixabay

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Há vários tipos de carreira possíveis hoje, mas a trajetória mais tradicional – de entrar numa companhia e ir crescendo aos poucos, – está sendo revista.

Percebemos então o movimento chamado transição de carreira ganhando espaço. 

A jornada profissional já não é mais previsível e linear e mudanças fazem parte da vida de muitas pessoas hoje.

Segundo a pesquisa Re:Trabalho 2020, feita pela Scoop&Co, agência de pesquisa de mercado, em parceria com a Tera, escola que desenvolve habilidades digitais, com 438 profissionais de indústrias de diversos setores, 63% das pessoas já mudaram de carreira e 48% pretendem mudar.

Dessas pessoas, 70% dizem que querem uma carreira mais alinhada a seus interesses e propósito de vida.

A mudança geracional, com pessoas menos apegadas à estabilidade dos cargos e mais dispostas a vivenciar novas experiências, foi apontada como um dos motivos principais para essa realidade.

 

Outro estudo, elaborado pela O.C. Tanner, descobriu que 48% dos profissionais estão considerando uma mudança de carreira assim que a Covid-19 assentar.

Transição de carreira é o movimento no qual um profissional realiza uma mudança em sua área de atuação ou, então, em seu posicionamento nessa área.

Ela é uma opção quando você não está satisfeito com os rumos de sua vida profissional ou como reflexo de uma mudança no mercado.

O primeiro passo é refletir sobre o porquê de sua insatisfação. É com a atividade em si ou é com local onde você realiza essa atividade?

Assim, é possível saber se o movimento deve ser de mudança de setor de atuação ou se uma troca de empresa pode resolver.

Se você optar por uma mudança de área, como sair do RH para trabalhar com finanças, é importante estudar o que as pessoas que trabalham na área que pretende migrar têm de cursos no currículo, e quais são as habilidades técnicas e comportamentais exigidas.

Assim, você consegue traçar um plano para trabalhar seus gaps. A mesma coisa deve ser feita se decidir empreender.

NESTE ARTIGO

  • Como saber a hora certa de fazer uma transição de carreira

  • Os pontos que devem ser analisados em uma transição de carreira

  • Como ter sucesso em uma transição de carreira

  • A importância de contar com ajuda especializada

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Como saber a hora certa de fazer uma transição de carreira?

O primeiro ponto é ter em mente que não existe idade certa para mudar o rumo profissional. Você pode decidir alterar a rota em qualquer etapa da vida.

“Sempre é hora de mudar de carreira, de buscar algo que dê mais satisfação. Tenho alunos com mais de 65 anos que decidiram fazer uma transição”, diz Simone Pita, professora da HSM University.

Segundo ela, muitos sinais mostram que pode ser o momento de mudar. Veja a seguir alguns deles:

  • Falta de estímulo para desempenhar as atividades que antes davam prazer;

  • Estresse e cansaço: quando as atividades se tornam um fardo gerando, até, problemas de saúde mental e física;

  • Salário que não compensa;

  • Falta de propósito: quando o trabalho não tem a ver com a personalidade, os valores e os desejos profissionais;

  • Inadequação: trabalho exige capacidades que o profissional não possui e não tem intenção, nem vontade, de desenvolver;

  • Mercado em crise: área afetada por crise econômica, concorrência, tecnologia e globalização, por exemplo);

Foto: Unsplash

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Os pontos que devem ser analisados em uma transição de carreira

O planejamento é fundamental para uma transição de carreira. Isso porque, você precisa refletir sobre quais passos fazem sentido para a carreira que quer construir, quais atividades vão manter você atualizado e interessado até chegar lá e a hora certa de mudar de cargo ou empresa.

Essas reflexões são a base para você definir cenários que sejam possíveis e viáveis, de acordo com seus interesses e com o que está buscando.

O planejamento consiste nessa reflexão sobre sua história profissional, sua narrativa de carreira, as áreas em que é competitivo, e as empresas ou negócios que fazem sentido para você.

Envolve, também, a percepção de desenvolvimento, perspectivas futuras e satisfação profissional. Quando você tem todos os seus objetivos traçados e o que deve fazer para atingi-los fica mais fácil fazer o movimento.

Como ter sucesso em uma transição de carreira

1. Pesquise a área que pretende entrar

Analise todos os aspectos do setor e da profissão em si, como competências e cursos necessários, perfil profissional, média de salário, mercado, atividades do dia a dia.

“É interessante, também, seguir empresas com boas oportunidades na área que pretende migrar”, afirma Simone.

2. Olhe suas habilidades e experiência

Faça um profundo exercício de autoconhecimento para identificar seus pontos fortes e fracos e saber quais habilidades da carreira antiga você pode aproveitar na nova.

Por exemplo, você vai sair do RH para a área de finanças. Pode, então, aproveitar sua competência de gestão de pessoas para trabalhar melhor em equipe e ganhar cargos de liderança. Para os gaps, aposte em cursos de capacitação.

3. Faça networking

Elabore uma lista de pessoas que podem ajudá-lo nessa transição – desde ex-colegas, até profissionais que você acompanha nas redes sociais, por exemplo.

A rede de contatos é fundamental para uma recolocação. Mas o networking precisa ser genuíno. Apenas colecionar novos em sua rede não traz os benefícios esperados, é preciso construir uma relação de troca.

4. Tenha um planejamento financeiro

É essencial ter um planejamento bem estruturado, com pesquisa de mercado e análise financeira cautelosa, levando em conta a instabilidade do momento econômico atual.

É preciso, também, ter uma reserva financeira, já que não se pode dizer quanto tempo a transição vai levar e se as oportunidades na nova carreira vão surgir rapidamente.

Segundo Simone, é importante também refletir se está mesmo preparado para fazer a mudança. “O processo não é fácil. É preciso ter em mente, por exemplo, que você vai precisar de novos conhecimentos e vai competir com pessoas que estão nesse mercado faz tempo. Isso quer dizer que vai precisar dar um passo para trás, pois vai ganhar um pouco menos, para depois dar dois para frente”, diz.

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A importância de contar com ajuda especializada

É possível fazer todo o processo sozinho, mas você pode contar também com o auxílio de um mentor ou uma consultoria especializada para fazer a transição em si ou para desenvolver alguma competência.

Isso torna o movimento mais simples.

O auxílio pode ser usado nas duas situações. A primeira é voltada para o aconselhamento de carreira, para os primeiros passos da transição.

Neste caso, o procedimento é mais longo e reflexivo, e auxilia a traçar metas e se planejar para alcançá-las, levando em conta cinco pilares:

  • Satisfação profissional

  • Competitividade (pessoal e mercado);

  • Finanças pessoais;

  • Saúde física e emocional;

  • Reputação e networking;

A segunda é dirigida para desenvolvimento das habilidades que você precisa desenvolver para a nova carreira. Isso te leva do ponto A para o ponto B: do perfil puramente técnico, para um com capacidade de liderar e delegar, por exemplo.

Geralmente, este tipo dura menos tempo (de seis a 12 sessões) e é mais prático. Em alguns casos, é realizado um assessment para avaliar o perfil do profissional e suas competências e, assim, eleger os pontos que precisam ser desenvolvidos.


A transição de carreira não é algo simples, nem fácil de fazer, mas se sua profissão não traz mais satisfação, nem novos desafios, ou se o mercado estiver passando por grandes transformações, é uma ótima opção para a trajetória profissional.

Sabemos que iniciar este processo pode parecer um pouco confuso, por isso a Woke está aqui para te ajudar. Agende 30 minutos com um mentor e veja qual o plano viável para você.


Sobre o autor:

A Woke é uma empresa de executive search e desenvolvimento de carreira,  acreditamos que pensar em carreira não tem hora.

Nascemos em 2016 pelo inconformismo no modo de operar as relações de trabalho. O mundo está em constante evolução, a tecnologia impulsionou mudanças em diversos setores do mercado, e pensar as relações de trabalho não poderia ser diferente.

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