Pirâmide de Maslow: propósito, carreira e autorrealização.

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É curioso como identificamos nossas necessidades mais básicas, mas ainda não compreendemos muito bem como suprir adequadamente cada uma delas para iniciar uma escalada por autorrealização.

Em meados de 1900, o psicólogo e estudioso americano Abraham Harold Maslow trazia à tona a teoria de Maslow, ou Pirâmide de Maslow, que tinha como conceito o fato de que os seres humanos têm diversas necessidades que devem ser satisfeitas por ordem de prioridade, da base para o topo.  

Pessoas buscam ascender na pirâmide das necessidades de Maslow à medida que amadurecem, e a recompensa final é justamente a autorrealização, um aspecto fortemente relacionado à  felicidade do indivíduo e objeto de busca constante sem um claro caminho a ser percorrido.

Mas como alcançar a autorrealização, sobretudo profissional, quando as necessidades da base da pirâmide ainda representam uma dor latente e não se tem clareza sobre os motivadores que propulsionam o indivíduo a evoluir na hierarquia?


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O que é a Pirâmide de Maslow?

Vamos retomar a teoria das necessidades de Maslow em uma passagem rápida por cada uma das etapas.

Segundo Maslow, as pessoas são motivadas de acordo com necessidades que se manifestam em grau de prioridade, ou seja, partem das necessidades fisiológicas na base da pirâmide para ascendem ao topo na medida em que progridem no atingimento das necessidades intermediárias e amadurecem rumo à realização pessoal.

Cada uma das etapas, quando saciada, motiva o indivíduo a seguir em frente e identificar uma nova necessidade para si.

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Necessidades fisiológicas

Na base da pirâmide Maslow temos as necessidades mais básicas do ser humano, como a fome, sede, sono e sexo.

Necessidades de segurança

No segundo nível, encontramos a necessidade de estar em segurança.

Ter uma casa, um emprego ou fonte de renda, e acesso a recursos que reforcem tanto a segurança física quanto emocional. 

Aqui entram fatores de estabilidade e estrutura de vida, segurança financeira e saúde.

Necessidades de amor e relacionamentos ou sociais

Uma vez que os pontos anteriores são endereçados, passamos a identificar a necessidade de construir laços afetivos, sejam eles entre família, amigos ou cônjuges. 

Aqui entra o senso de comunidade, suporte familiar, pertencimento, intimidade conjugal e amor.

Necessidades de estima ou status

Como parte da sociedade e da comunidade, necessitados de reconhecimento por nossas contribuições, de nos sentirmos competentes e capazes. 

E aí entra a autoestima, autoconfiança, conquistas, busca por respeito e valorização, fatores que estão, em sua maioria, diretamente relacionados ao que conhecemos como status na sociedade. 

Necessidades de realização pessoal

Na quinta camada da pirâmide das necessidades de Maslow encontra-se, enfim, a necessidade de autorrealização, refletindo aquilo o que as pessoas desejam ter e ser, e o que desejam para si e para os outros.

Nesse estágio, o indivíduo consegue ter clareza sobre as suas crenças, seus valores e propósito, como ele será capaz de contribuir para a sociedade dentro desse contexto e como fazer o melhor uso dos recursos que juntou ao longo da escalada.

Aqui entram questões sobre moralidade, criatividade, espontaneidade, prestígio e autodesenvolvimento.

Pirâmide de Maslow estendida

A versão estendida da Pirâmide de Maslow apresenta, além dos estágios já existentes, outros 3 estágios relacionados ao crescimento, fase em que buscamos autorrealização, conhecimento e desenvolvimento cognitivo. 

É nessa camada que a jornada fica mais prazerosa, pois as necessidades mais básicas já foram atendidas e fatores como conhecimento e compreensão são mais importantes do que bens adquiridos.

Contribuir para a sociedade, realizar grandes feitos e deixar um legado passam a ser a prioridade.

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Necessidades cognitivas

Na pirâmide de Maslow atual entram as necessidades cognitivas, ou necessidades de conhecimento e compreensão, curiosidade, exploração e significado.

Somos impulsionados pela busca por novos conhecimentos, e a aprendizagem contínua é uma característica marcante de quem atinge essa fase.

Necessidades estéticas

Muito alinhada ao meio em que vivemos, a necessidade estética está ancorada  na apreciação e na busca por beleza, equilíbrio e forma.

Não somente beleza física, mas arte, música, contemplação de lugares e coisas. Como seres humanos que somos, temos necessidade de observar, sentir e nos conectar com o que é belo na perspectiva individual.

Necessidades de autorrealização ou realização pessoal

Já falamos um pouco sobre autorrealização, pois essa necessidade faz parte da pirâmide básica de Maslow, mas, do ponto de vista da pirâmide estendida, falamos em atingir o máximo potencial pessoal, autoconhecimento e experiências de pico.

Necessidades de transcendência

Eis que chega a última e mais interessante das fases da pirâmide das necessidades: a transcendência. 

Você pode já ter ouvido falar desse termo, mas como muitas outras pessoas, pode não compreender muito bem o que ele representa. Talvez por estar distante de alcançar, ou pelo simples fato de que este não é um assunto muito discutido entre boa parte das pessoas - ou ambos.

O fato é que, após conquistar as necessidades básicas, de crescimento e atingir a autorrealização, o indivíduo precisa ir além, precisa de algo mais. E é aí que a contribuição mais genuína acontece, pois após atingir todas as suas conquistas, o ser humano sente a necessidade de ajudar outras pessoas a chegarem lá. 

Jeff Bezos, ex-CEO da Amazon, ao anunciar sua saída do cargo, nos dá o mais tangível exemplo da capacidade do ser humano de transcender.

Ele, que é atualmente o segundo homem mais rico do mundo, visa atingir novos desafios, ainda maiores, muito além de apreciar os ganhos financeiros ou o seu legado. 

Jeff Bezos passou boa parte de sua jornada investindo além da Amazon, e entre suas maiores contribuições estão o Bezos Earth Fund, que desenvolve projetos para acelerar a transição para o consumo de energia limpa, o Amazon Day One Fund e a Blue Origin, que promete levar a primeira mulher à superfície da Lua. 

Qual seria essa senão a necessidade de transcendência? 

Como a Pirâmide de Maslow poderá contribuir com a motivação dos colaboradores?

A teoria de Maslow é conhecida também como uma das maiores teorias de motivação. Afinal, é através dela - a motivação - que o indivíduo assume a hierarquia e inicia a escala de valores e necessidades.

Influenciada por fatores biológicos, intelectuais, sociais e emocionais, a motivação não é algo que se pode mapear 100%, mas possui elementos intrínsecos e extrínsecos que podem ser identificados e que levam o ser humano a atingir suas metas pessoais e profissionais.

Ao chegar em um certo nível de maturidade e experiência, boa parte das pessoas encontra-se também em um estágio mais alto na hierarquia. Do ponto de vista corporativo, por exemplo, os fatores extrínsecos - a exemplo de cargo, salários e benefícios - já não sustentam a motivação no médio e longo prazo.

De acordo com uma pesquisa da Gallup, os profissionais precisam mais do que um bom salário para investir em seu trabalho e conseguir mais para sua empresa.

Isso porque querem ser reconhecidos por aquilo que os tornam únicos e estão mais motivados por fatores intrínsecos, como crescimento pessoal, propósito, significado e autorrealização. 

O quão perto você está da autorrealização?

A teoria da Pirâmide de Maslow diz que se temos alguma necessidade não suprida tendemos a tentar superá-la antes de seguir em frente.

E o ponto é que muitas pessoas atendem a tais necessidades de forma incompleta, deixando buracos nas camadas mais baixas, ao mesmo tempo em que procuram pela felicidade e autorrealização, mas estão cheias de pendências nos quesitos mais básicos.

Ao deixar pendências para trás, gasta-se boa parte do tempo produtivo tentando lidar com “gaps” - muitas vezes de forma inconsciente - ao invés de focar em identificar paixões e talentos e aprimorar habilidades.

E ao não identificar suas paixões e talentos, mais difícil se torna a missão de encontrar o trabalho dos sonhos e atingir a máxima da autorrealização e satisfação.

No final das contas, boa parte da sociedade passa a maior parte da vida adulta buscando sair da base da pirâmide, e fatores como propósito e autorrealização ainda estão longe de serem plenamente concebidos.

Onde tudo se origina? Na definição do propósito.

O conceito de propósito de carreira na hierarquia de Maslow.

Ascender na pirâmide das necessidades oferece dois grandes desafios:  lidar com os seus “gaps” e identificar seu propósito. 

E considerando que o trabalho toma boa parte da sua vida útil, definir o seu propósito está, em grande parte, relacionado com o que você deveria fazer da sua carreira.

O trabalho com propósito é, afinal, cada vez mais visto como uma forma de transformar pessoas e seu entorno, além de contribuir para aumentar comprometimento, motivação e resultados. 

Isso mesmo, o propósito, definido por objetivo, intenção de realizar algo ou que se busca alcançar, é um dos principais “drivers” de engajamento dos profissionais, e o engajamento, por sua vez, leva à contribuição e resultados.

Pirâmide de Maslow e os hábitos de consumo da sociedade.

Recentemente lançado pela Netflix, o minidocumentário Minimalismo Já fala sobre viver com propósito, focando no que mais importa: tempo para a família, satisfação no trabalho e equilíbrio.

Dois amigos, e uma legião de pessoas que seguem a máxima do minimalismo, acreditam que ao reduzir e desapegar de bens adquiridos em excesso é possível ter uma vida plena e feliz.

O documentário aborda o consumo compulsivo como uma forma de preencher necessidades de status, estima e até mesmo autorrealização, quando, na verdade, as pessoas deveriam buscar propósito e a identificação daquilo em que são excelentes para, então, contribuir para a sociedade e alcançar a realização pessoal. Alguma semelhança?

A Diretora Executiva do Greenpeace USA fala no documentário que “quando as necessidades básicas são atendidas, a maneira como os seres humanos determinam o que é suficiente está relacionado às pessoas ao redor”, ou seja, temos como base referências distantes que que nos fazem permanecer na busca por “segurança”, estima, autoconfiança…

Mais uma vez identificamos “gaps” da base da Pirâmide de Maslow que precisamos urgentemente lidar. 

Dicas de autodesenvolvimento para atingir a autorrealização.

  • Reflita e defina seu propósito de vida e de carreira.

  • Lide com os seus “gaps” estruturais definindo o que você tem e o que ainda é necessário para sair da base da pirâmide.

  • Crie uma fundação sólida identificando quais são os pontos de desenvolvimento a serem trabalhados.

  • Estabeleça seus próprios parâmetros e objetivos de crescimento.

  • Busque autoconhecimento, desenvolva sua inteligência emocional e adquira ferramentas que o ajude a suprir suas necessidades afetivas.


É possível medir a felicidade?

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É claro que todos desejamos ter vidas felizes e satisfatórias. Mas nem sempre consideramos que as diferentes esferas de nossa vida influenciam nossa felicidade.

A felicidade é influenciada por nossa genética, pela forma como fomos criados, pelas nossas crenças e valores e também por condições externas: saúde, trabalho, relacionamentos, senso de realização e situação financeira.

Além disso, ela pode ser impactada a qualquer momento pelas escolhas que fazemos. Por isso nem sempre é fácil tomar uma decisão, não é mesmo?

No contexto tão dinâmico e incerto que vivemos, é cada vez mais importante termos consciência do que realmente afeta nossa felicidade. Só assim podemos criar as condições para uma vida melhor.

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Sobre o autor:

A Woke é uma empresa de executive search e desenvolvimento de carreira,  acreditamos que pensar em carreira não tem hora.

Nascemos em 2016 pelo inconformismo no modo de operar as relações de trabalho. O mundo está em constante evolução, a tecnologia impulsionou mudanças em diversos setores do mercado, e pensar as relações de trabalho não poderia ser diferente.

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